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Sou uma apaixonada por artes e me interesso por assuntos variados como saúde e moda, então misturei alguns temas que gosto para montar as postagens deste blogger.

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23/01/2012
O Homem Nu
Fernando Sabino

 Ao acordar, disse para a mulher:
— Escuta, minha filha: hoje é dia de pagar a prestação da televisão, vem aí o sujeito com a conta, na certa.  Mas acontece que ontem eu não trouxe dinheiro da cidade, estou a nenhum.
— Explique isso ao homem — ponderou a mulher.
— Não gosto dessas coisas. Dá um ar de vigarice, gosto de cumprir rigorosamente as minhas obrigações. Escuta: quando ele vier a gente fica quieto aqui dentro, não faz barulho, para ele pensar que não tem ninguém.   Deixa ele bater até cansar — amanhã eu pago.
 Pouco depois, tendo despido o pijama, dirigiu-se ao banheiro para tomar um banho, mas a mulher já se trancara lá dentro. Enquanto esperava, resolveu fazer um café. Pôs a água a ferver e abriu a porta de serviço para apanhar o pão.  Como estivesse completamente nu, olhou com cautela para um lado e para outro antes de arriscar-se a dar dois passos até o embrulhinho deixado pelo padeiro sobre o mármore do parapeito. Ainda era muito cedo, não poderia aparecer ninguém. Mal seus dedos, porém, tocavam o pão, a porta atrás de si fechou-se com estrondo, impulsionada pelo vento.
 Aterrorizado, precipitou-se até a campainha e, depois de tocá-la, ficou à espera, olhando ansiosamente ao redor. Ouviu lá dentro o ruído da água do chuveiro interromper-se de súbito, mas ninguém veio abrir. Na certa a mulher pensava que já era o sujeito da televisão. Bateu com o nó dos dedos:
— Maria! Abre aí, Maria. Sou eu — chamou, em voz baixa.
 Quanto mais batia, mais silêncio fazia lá dentro.
 Enquanto isso, ouvia lá embaixo a porta do elevador fechar-se, viu o ponteiro subir lentamente os andares...  Desta vez, era o homem da televisão!
 Não era. Refugiado no lanço da escada entre os andares, esperou que o elevador passasse, e voltou para a porta de seu apartamento, sempre a segurar nas mãos nervosas o embrulho de pão:
— Maria, por favor! Sou eu!
 Desta vez não teve tempo de insistir: ouviu passos na escada, lentos, regulares, vindos lá de baixo... Tomado de pânico, olhou ao redor, fazendo uma pirueta, e assim despido, embrulho na mão, parecia executar um ballet grotesco e mal ensaiado. Os passos na escada se aproximavam, e ele sem onde se esconder. Correu para o elevador, apertou o botão. Foi o tempo de abrir a porta e entrar, e a empregada passava, vagarosa, encetando a subida de mais um lanço de escada. Ele respirou aliviado, enxugando o suor da testa com o embrulho do pão.
 Mas eis que a porta interna do elevador se fecha e ele começa a descer.
— Ah, isso é que não!  — fez o homem nu, sobressaltado.
 E agora? Alguém lá embaixo abriria a porta do elevador e daria com ele ali, em pêlo, podia mesmo ser algum vizinho conhecido... Percebeu, desorientado, que estava sendo levado cada vez para mais longe de seu apartamento, começava a viver um verdadeiro pesadelo de Kafka, instaurava-se naquele momento o mais autêntico e desvairado Regime do Terror!
— Isso é que não — repetiu, furioso.
 Agarrou-se à porta do elevador e abriu-a com força entre os andares, obrigando-o a parar. Respirou fundo, fechando os olhos, para ter a momentânea ilusão de que sonhava. Depois experimentou apertar o botão do seu andar. Lá embaixo continuavam a chamar o elevador.  Antes de mais nada: "Emergência: parar". Muito bem. E agora? Iria subir ou descer?  Com cautela desligou a parada de emergência, largou a porta, enquanto insistia em fazer o elevador subir. O elevador subiu.
— Maria! Abre esta porta! — gritava, desta vez esmurrando a porta, já sem nenhuma cautela. Ouviu que outra porta se abria atrás de si.
 Voltou-se, acuado, apoiando o traseiro no batente e tentando inutilmente cobrir-se com o embrulho de pão. Era a velha do apartamento vizinho:
— Bom dia, minha senhora — disse ele, confuso.  — Imagine que eu...
 A velha, estarrecida, atirou os braços para cima, soltou um grito:
— Valha-me Deus! O padeiro está nu!
 E correu ao telefone para chamar a radiopatrulha:
— Tem um homem pelado aqui na porta!
 Outros vizinhos, ouvindo a gritaria, vieram ver o que se passava:
— É um tarado!
— Olha, que horror!
— Não olha não! Já pra dentro, minha filha!
 Maria, a esposa do infeliz, abriu finalmente a porta para ver o que era. Ele entrou como um foguete e vestiu-se precipitadamente, sem nem se lembrar do banho. Poucos minutos depois, restabelecida a calma lá fora, bateram na porta.
— Deve ser a polícia — disse ele, ainda ofegante, indo abrir.
 Não era: era o cobrador da televisão.
                                         

 A maioria dos jovens considera a política uma atividade para espertalhões que ficam ricos enganando o povo. Eles não deixam de ter alguma razão, pois são poucos os políticos que tem compromisso com o serviço do povo.
 A pessoa que tem uma visão negativa da política geralmente fica fora dela. Não realiza uma votação consciente ou então vota em branco ou nulo. Esse desinteresse leva a falta de conhecimento sobre o assunto atraindo então os malandros da política.
 É necessária a conscientização e participação de todos para formar uma sociedade melhor.
 É importante saber:
 Nos regimes democráticos, a ciência política é a atividade dos cidadãos que se ocupam dos assuntos públicos com seu voto ou com sua militância.
 A palavra tem origem nos tempos em que os gregos estavam organizados em cidades-estado chamadas "polis", nome do qual se derivaram palavras como "politiké" (política em geral) e "politikós" (dos cidadãos, pertencente aos cidadãos).
  Políticos, num Estado, são membros do poder executivo e legislativo, e dos governos estaduais e municipais. Eles têm o poder de influenciar na atuação dos órgãos do estado brasileiro. Estão envolvidos na elaboração de leis; na distribuição do dinheiro arrecadado com os impostos; na gestão das empresas do Estado; na fiscalização do funcionamento das repartições públicas que prestam serviço à população.
 O Estado também interfere na religião, na leitura, no pensamento e no conhecimento das pessoas. Ele fiscaliza os cultos religiosos, acompanha atividade de pastores, padres, freiras, entre outros. E abrem processos contra aqueles cuja pregação afeta a ordem estabelecida. Ainda censura livros; peças de teatro; filmes; artes. E estabelece o valor desses produtos.
 Sendo assim o Estado controla direta ou indiretamente toda a informação que chega até você.
 É fundamental entender como a política funciona para escolher corretamente os governantes suprindo a necessidade da comunidade. Para compreender a política é preciso formar um grupo de debate, ler livros sobre partidos políticos, distinguir o político fisiológico e o ideológico, e não somente se informar através noticiários, rádio, TV etc.
O Analfabeto Político
(Bertolt Brecht)

 O pior analfabeto é o analfabeto político.
Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha,
do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.
 O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo
 que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política,
 nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos,
que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais
e multinacionais.

16/01/2012
 Introdução: é a apresentação do assunto e o posicionamento do autor perante ele. Desse modo há uma afirmação que contém a ideia principal do texto e que deverá ser desenvolvida (seja para confirmar, seja para negar) ao longo dos parágrafos seguintes.
 Desenvolvimento: é o conjunto dos parágrafos que sustentam a tese. Normalmente, em cada parágrafo é apresentado e desenvolvido um argumento, acompanhado das razões e conclusões de um ponto de vista.
 Os argumentos contidos no desenvolvimento devem ser coerentes com a introdução. Deve haver entre essas duas partes elementos de coesão.
 Conclusão: é o parágrafo de fechamento do texto. Na sua composição podem ser empregados três procedimentos básicos: ou a elaboração de uma síntese de tudo o que foi exposto; ou a formulação de propostas para solucionar o problema em discussão; ou uma citação de alguém de prestígio.
10/01/2012



A beleza não é um atributo fundamental

 Entre os mitos do amor — não provados porém muito acreditados — encontra-se o da beleza.
 Diz-se que a paixão pede a beleza para crescer e nosso querido poeta Vinícius de Moraes chegou ao extremo de afirmar: “As feias que me perdoem, mas beleza é fundamental”. Já na descrição homérica da guerra de Troia, atribuía-se o conflito à beleza de Helena, reforçando a crença no poder da estética e em sua importância para o florescimento do amor.
 No entanto, as coisas não se passam bem assim na realidade. Se a beleza fosse imprescindível para o amor, onde ficariam todos os feios e as feias que conhecemos, provavelmente a maior parte da população? Eles precisariam perguntar ao poeta para que seria a beleza fundamental. Como a beleza é menos frequente do que a feiura, podemos presumir que a maioria formada pelos feios dê valor à qualidade que lhes é ausente e, por essa razão, haveria uma ponderável parcela de pessoas valorizando, até excessivamente, a beleza como qualidade importante na busca de um parceiro. Para confirmar essa hipótese, podemos tomar o exemplo do próprio Vinícius de Moraes, que certamente já não primava pela beleza na época em que criou a famosa frase.
 Frequentemente, vemos casais que nos chamam a atenção exatamente por serem singularmente díspares, pois, enquanto um é muito bonito, o outro é bem o contrário. É provável que isso se deva a um fenômeno bastante comum — a atração dos opostos. Tanto quanto uma pessoa feia pode valorizar a beleza como qualidade que busca em seu parceiro, a pessoa bonita pode se desinteressar por uma qualidade que, para ela, não passa de um dom natural, em geral escassamente apreciado por não ser fruto de um especial esforço, por não ser uma conquista, mas algo recebido, por assim dizer, de mão beijada.
 Na verdade, se pensarmos friamente, a beleza — como característica desejada no parceiro que buscamos — deve vir numa posição não muito destacada, visto que existem muitas outras qualidades que são de fato mais fundamentais quando procuramos nosso companheiro de viagem pela vida. Honestidade, inteligência, capacidade de amar, diligência, generosidade, bondade, disciplina pessoal e saúde são algumas das qualidades que valorizam uma pessoa mais que simplesmente sua formosura. Daí a sabedoria popular afirmar que “beleza não põe mesa”.
 Não resta a menor dúvida de que a beleza abre portas, facilita um primeiro contato, cria uma impressão favorável e uma predisposição positiva nas pessoas. Até porque ela tende a ser vista como a expressão externa de algo interno, ou seja, mostra-se como uma prévia de qualidades a serem percebidas posteriormente. Tendemos a acreditar que uma pessoa é boa e inteligente simplesmente porque é bela. Isso, porém, pode se tornar uma faca de dois gumes na medida em que se passa a esperar um melhor desempenho e um maior leque de qualidades em uma pessoa, apenas pelo fato de ela ser bonita.
 É muito comum encontrarmos entre as mulheres — como corolário do mito da beleza fundamental — um outro mito: o da capa de revista. Muitas mulheres tendem a ficar inseguras quando disputam um namorado com outra que consideram mais bonita ou quando percebem seu homem manifestar interesse por uma mulher do tipo “capa de revista”. Na imaginação, acolhem a ideia de que os homens tenderiam a procurar mulheres especialmente bonitas para serem suas parceiras, o que viria a se encaixar com a ideia de que a beleza seria mesmo a qualidade mais valorizada por eles. Podem até existir aqueles que colocam a beleza em primeiro lugar, mas é muito provável que sejam minoria. A maior parte dos homens está em busca de mulheres com outras qualidades consideradas mais fundamentais.
 A qualidade de fato mais importante está na capacidade de cada indivíduo tirar partido dos aspectos positivos de sua aparência. Com isso, cada um de nós mostra que, mais fundamental do que ser bonito, é revelar uma atitude de amor, carinho e cuidado consigo mesmo. Isso pode ser percebido por sinais exteriores que, por serem realmente mais valiosos do que a beleza natural, acabam se confundindo com ela. O que acontece, muitas vezes, é que uma pessoa se torna atraente e nos parece bonita devido somente às suas outras qualidades.

(Luiz Alberto Py. Caras, 2/3/1995.)
 

 É interessante refletir sobre a vida, então vamos lá, imagine você algo especial, um momento marcante, exemplo: uma floresta (a tranqüilidade) com muitos animais, cachoeira, (são tantos sentimentos bons aflorados quando se percebe as coisas boas existentes); agora pense na devastação dessa floresta, árvores derrubadas, animais mortos, represas sendo construída. Esse desequilíbrio pode ser revertido.
 Todos são especiais e únicos, cada qual passa pelas fases da vida e reage de uma maneira. Ao nascer o homem é tão frágil, depois na infância existe nele uma inocência, mas isso se vai com o tempo e logo chega às dúvidas, os obstáculos, atitudes erradas, enfim isto faz parte, o ruim é o que você faz com o acontecido, no fim resta o amadurecimento.  
 Quando criança o mundo parece “mágico”, não há compreensão da realidade por completo, porém na adolescência surgem os anseios por independência, o que fazer com o agora? Muitos ficam presos por decisões incertas enquanto outros por não arriscar.
 Na fase adulta a busca é por realização de projetos, isso normalmente pode levar a frustração, é fundamental seguir em frente, tendo a consciência tranqüila. Já na velhice há uma avaliação das escolhas, a lembrança de tudo que passou e a aceitação da morte. Qual foi sua contribuição para um mundo melhor?
 Enquanto o ser humano não se descobrir, terá sempre a visão de que o problema se encontra no mundo, nos outros. Desse modo a interação entre as pessoas como meio de tornar o planeta melhor é inexistente.
 Fuja do isolamento, individualismo, medo de perder, da necessidade de ser correspondido, materialismo... Da incompreensão de algo especial chamado amor.